sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

50 lições que a vida me ensinou - Regina Brett ****

"«Sempre achei que, quando eu nasci, Deus deve ter pestanejado. Não me viu e nunca soube que eu tinha chegado… Acabei confundida pelas freiras aos seis anos, uma alma perdida que bebia demais aos dezasseis, mãe aos vinte e um, com um diploma universitário aos trinta, mãe solteira durante dezoito anos e, finalmente, casada aos quarenta, com um homem que me tratou como uma rainha. Depois tive um cancro aos quarenta e um. Passei um ano a combatê-lo e outro a recuperar da luta.

Quando completei quarenta e cinco, deitei-me na cama a pensar em tudo o que a vida me tinha ensinado. A minha alma abriu uma brecha e as ideias começaram a sair. A caneta limitou-se a apanhá-las e a colocá-las no papel. Passei-as para Word e transformei-as numa coluna de jornal sobre as 45 lições que a vida me ensinou.»
Escreveu-as na sua coluna do Cleveland Plain Dealer, que acabou por se tornar numa das mais populares de sempre.
Desde então, as 45 lições têm vindo a circular por e-mail entre centenas de milhares de pessoas em todo o mundo e são utilizadas em casamentos, formaturas, Bar Mitzvahs, aniversários e outras ocasiões.
Aos cinquenta anos, Brett acrescentou mais cinco lições, e transformou-as num livro.
As 50 lições vão desde «Não se leve tão a sério., mais ninguém o faz» a «A vida é curta demais para ser desperdiçada a odiar alguém», são ensaios profundamente pessoais, por vezes divertidos, muitas vezes comoventes, e histórias que enternecem qualquer pessoa que já tenha passado por tempos difíceis.
E haverá alguém que não tenha?"

De vez em quando, gosto de ler este tipo de livros, a que normalmente chamam "livros de auto-ajuda". Não porque costume seguir o que dizem, mas porque ao lê-los, ganho uma nova energia para enfrentar a vida, simplesmente por os ler.

Gostei particularmente deste por ser um livro simples, sem grandes pretensões, apenas um relato daquilo que a escritora foi aprendendo ao longo das suas experiências de vida. Para mim, que não sou muito dada a religião, algumas partes são demasiado baseadas nas crenças da autora, o que não significa que, mesmo não sendo crente ou tão dedicada à religião, não possamos aprender alguma coisa com elas. É um livro muito descontraído e bastante fácil de ler.

Deixo aqui as 50 lições de Regina Brett, marcando a bold aquelas que mais gostei e/ou que mais me inspiraram.

1. A vida não é justa, mas é boa na mesma.
2. Na dúvida, dê apenas o passo certo que se segue.
3. A vida é curta demais para ser desperdiçada a odiar alguém
4. Não se leve tão a sério. Ninguém o faz...
5. Pague o cartão de crédito todos os meses.
6. Não tem de ganhar todas as discussões. Concorde em discordar.
7. Chore com alguém. Faz-lhe melhor que chorar sozinha.
8. Não faz mal zangar-se com Deus. Ele aguenta.
9. O orgão sexual mais importante é o cérebro.
10. Deus não nos dá mais do que podemos suportar.
11. Faça as pazes com o passado para não estragar o seu presente.
12. Não faz mal deixar que os seus filhos a vejam chorar.
13. Não compare a sua vida com a dos outros. Não faz a menos ideia do que é a sua jornada.
14. Se uma relação tem de ser secreta, não devia tê-la.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe, Deus nunca pisca os olhos.
16. A vida é curta demais para longas sessões de comiseração. Ocupe-se a viver ou a morrer.
17. Você consegue sobreviver a tudo o que a vida lhe trouxer se se mantiver no dia em que está  e não saltar para a frente.
18. Um escritor é alguém que escreve. Se deseja ser escritor, escreva.
19. Nunca é tarde demais para ter uma infância feliz. Mas a segunda só depende de si.
20. Quando se trata de fazer o que quer da vida, não aceite um não como resposta.
21. Acenda velas, use os lençóis bons e a lingerie sofisticada. Não guarde nada para uma ocasião especial. Hoje é suficientemente especial.
22. Prepare-se em excesso e depois deixe-se ir.
23. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para se vestir de roxo.
24. Comece a poupar 10 por cento para a reforma logo que receber o 1.º ordenado.
Ninguém é responsável pela sua felicidade. Você é o CEO da sua alegria.
26. Encare cada pretenso desastre com palavras "Isto terá importância daqui a 5 anos?"
27. Escolha sempre a vida.
28. Perdoe tudo a toda a gente.
29. O que os outros pensam de si não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo.
31. Por muito boa ou má que uma situação seja, ela vai mudar.
32. O seu emprego não vai tomar conta de si quando estiver doente; mas os seus amigos sim. Mantenha o contacto
33. Acredite em milagres.
34. Deus ama-o por Deus ser quem é e não pelo que você tenha ou não feito.
35. Tudo o que não nos mata deixa-nos realmente mais fortes.
36. Envelhecer é melhor do que a alternativa. Morrer jovem só fica bem nos filmes.
37. Os seus filhos só t~em uma infância. Faça que seja memorável.
38. Leia o Livro dos Salmos. Independentemente da sua fé, cobre todas as emoções humanas.
39. Saia de casa todos os dias.
40. Se fizéssemos uma pilha com os nossos problemas e olhássemos para a dos outros, lutávamos para ficar com a nossa.
41. Não audite a vida. Aproveite-a ao máximo agora.
42. Livre-se de tudo o que não seja útil, bonito ou alegre.
43. No final, o que é verdadeiramente importa é ter amado.
44. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que realmente precisa.
45. O melhor está por vir.
46. Por muito mal que se sinta, levante-se, vista-se e compareça à vida.
47. Respire. Acalma a mente.
48. Se não pedir, não recebe.
49. Ceda.
50. A vida não vem enfeitada com um laço, mas não deixa de ser um presente.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Os olhos amarelos dos crocodilos - Katherine Pancol *****

«Este é um romance sobre uma mentira, mas também sobre a amizade e o amor, o dinheiro e a traição, o medo e a ambição. A acção desenrola-se em Paris. Duas irmãs. Iris é uma mulher muito bonita, rica, elegante e sofisticada, mas vive desencantada com a vida e com o seu casamento. Joséphine é uma intelectual, historiadora, muito menos bonita do que a irmã e com uma vida bem mais difícil. Casada, tem duas filhas, vive nos subúrbios e trabalha para pagar as contas. Certo dia, num jantar, Iris faz-se passar por escritora. Presa na sua mentira, convence a irmã a escrever o livro que ela própria assinará. Abandonada pelo marido, cheia de dívidas, Joséphine submete-se, como sempre, aos caprichos da irmã. Mas esta é uma decisão que vai mudar o destino destas duas mulheres. A escritora francesa Katherine Pancol traça com mestria um retrato real e vivo de mulheres que tentam triunfar na carreira profissional, na vida familiar e alcançar o reconhecimento social. Mas que, por baixo desta aparente vida de sucesso, escondem uma profunda infelicidade, falta de confiança e frustração. Os Olhos Amarelos dos Crocodilos dá-nos a conhecer as mulheres que somos, as que queremos ser, as que nunca seremos e as que talvez sejamos um dia. Mulheres à procura de um caminho na vida, em busca de si próprias e à descoberta de novos amores.»


Gostei muito, mesmo muito, deste livro. Comecei a "ouvir" falar dele na blogosfera. Todos diziam que era muito bom, todos falavam bem dele. Normalmente tenho dúvidas quando qualquer coisa, neste caso um livro, "está na moda". Mas, depois de ler a descrição (a que está aqui em cima), resolvi comprar. Ainda bem que o fiz. Foi um livro que me foi muito difícil largar quando tinha que fazer qualquer coisa. Sempre desejosa de chegar ao fim e conhecer o desfecho. O que posso dizer sobre ele? Que dentro de uma história existem muitas histórias. Na descrição dão a entender que é um livro sobre mulheres. Eu acho que é sobra mulheres e sobre homens, também. E a evoluçao dos mesmos com as experiências que vão passando e ultrapassando. E como, de um dia para o outro, a nossa vida pode melhorar (ou piorar) mediante as nossas escolhas, as nossas decisões.

Apenas uma coisa que gostei menos. A forma demasiado permissiva com que uma das irmãs (leiam e descubram) trata uma das filhas.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O Projecto Janus - Philip Kerr ****

Sinopse


"Alemanha, 1949. No rescaldo da guerra, por entre o caos da derrota, o país é palco de todo o tipo de negócios obscuros, fraudes e intrigas políticas. Para Bernie Gunther, Berlim tornou-se demasiado perigosa e decide partir para Munique, onde voltará a trabalhar como detective privado. No entanto, o negócio está fraco e os clientes são poucos. Quando a bela Britta Warzok o procura - o marido, responsável por um dos piores campos de concentração da Polónia, desapareceu -, Bernie está longe de imaginar a terrível conspiração que se esconde por detrás deste caso aparentemente simples. Na Alemanha do pós-guerra, nada é o que parece ser e, de um momento para o outro, Bernie ver-se-á envolvido numa intriga política que o ultrapassa. Quem ditará as regras do jogo serão antigos médicos das SS, ex-nazis em fuga à justiça, agentes da CIA e organizações secretas que apoiam a fuga dos carrascos do Terceiro Reich. Conseguirá Bernie Gunther enfrentar os fantasmas do seu passado e destruir o legado de Hitler?"
 
Foi um livro que me deixou com um amargo de boca quando o cheguei ao fim. É um policial com um enredo muito bom, mas que no final me deixa com uma sensação amarga de que não é feita justiça e afinal o crime compensa.
 
Não é dos que gostei mais. Mas também não é dos que gostei menos. Serve também para não esquecermos as atrocidades que se praticaram durante a 2.ª Grande Guerra Mundial.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O complexo de Portnoy - Philip Roth *****

Ainda comecei a ler o "Julie e Julia", mas confesso: ao fim das primeiras páginas achei aquilo tão enfadonho, tão sem graça, que o tive que largar. Para mim é mais um daqueles casos de livros que passam a filmes e quem não leu o livro e vê o filme (ou apenas o trailler, como no meu caso), acha que deve ser um livro engraçado de ler. Não é. pelo menos para mim, não é.

Passei então a este livro, "O complexo de Portnoy". Já tinha lido anteriormente "Património" do mesmo autor e, por vários sítios onde li sobre este livro, pareceu-me que iria gostar. E gostei mesmo. Comecei a lê-lo há muito tempo. Acho que terá sido em Outubro. Mas apenas li as primeira vinte páginas. Entretanto, com esta coisa das festas e com os crochets e as malhas a sobreporem-se à leitura, fiz uma pausa. Não era para os livros que eu estava virada. Tenho fases.

Entretanto, passou o Natal e apesar de continuar com os meus "hobbies", não me estavam a satisfazer. Faltava-me qualquer coisa. Não estava a relaxar o que era habitual com o que andava a fazer. Apercebi-me que estava a sentir falta dos meus livros. E ontem resolvi pegar outra vez no livro que tinha deixado de lado. Resultado: Desde ontem que não parei de o ler (claro que apenas enquanto estou em pausas - antes de dormir, no autocarro para o trabalho e ao almoço).

Tenho a dizer-vos que já o terminei. É uma leitura alucinante. É um monólogo de um Alexandre Portnoy nas suas sessões com o psicanalista em que fala da relação directa entre a sua sexualidade e a sua infância dominada pela sua mãe judia ("A figura mais inesquecível que alguma vez conheci"). Tem partes marcadamente eróticas (pornográficas, porque não) algumas das quais me deixaram sem fala durante momentos (por exemplo a parte em que ele fala do fígado que encontrou no frigorífico lá de casa).

É um livro divertido e de leitura compulsiva. Leiam e comprovem.